Os pilotos fizeram greve ontem e na segunda-feira, após a interrupção das negociações salariais entre a diretoria da BA e a Associação Britânica de Pilotos de Linhas Aéreas (BALPA), afiliada à ITF. A questão principal é a recusa da empresa em levar adiante uma oferta de aumento de pagamento, a despeito de um grande salto nos lucros da dona da BA, a IAG.
A década passada presenciou uma grande queda no setor da aviação civil, com lucros despencando e linhas aéreas às vezes indo à falência. Foi quando a BALPA e demais sindicatos da aviação civil se engajaram construtivamente com os empregadores, concordando com cortes de remuneração e condições, a fim de ajudar a que o setor se estabilizasse.
No entanto, à medida que muitas linhas aéreas retornam aos grandes lucros, as empresas se recusam a reconhecer a boa vontade mediante o aumento respectivo dos níveis de remuneração. No ano passado, a BA teve um lucro de 2 bilhões de libras, ao passo que a BALPA argumenta que a empresa não precisaria de mais de 5 milhões de libras para satisfazer plenamente suas demandas de remuneração e tem repetidamente declarado estar disposta a fazer essa proposta andar à mesa de negociação.
Todavia, uma vez que a diretoria da BA ainda se recusou a negociar, 93% dos pilotos votaram a favor da greve de dois dias, com outro dia de interrupção planejado para 27 de setembro. A votação atual é válida até janeiro, sendo que a BALPA pretende anunciar outras datas de greve em breve, caso a controvérsia não se resolva.
Gabriel Mocho Rodríguez, secretário de aviação civil da ITF, disse: “A greve da BA é apenas um capítulo de uma história que estamos vendo em toda parte: boa vontade dos sindicatos e intransigência dos empregadores. Quando as coisas vão mal, os trabalhadores aceitam um mau negócio a fim de que as linhas aéreas se mantenham operantes – e de salvar os empregos dos executivos. No entanto, quando as coisas vão bem, os empregadores recusam-se a compartilhar os lucros.”
“Nós apoiamos o apelo da BALPA para que a diretoria da British Airways retorne à mesa de negociação, e condenamos as ameaças de represália da empresa, incluindo perda de viagens da equipe. A cada dia de greve que se estende, a linha aérea perde dinheiro e os passageiros enfrentam interrupções frustrantes em suas jornadas. Tudo isto pode ser resolvido com mais negociações.”
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