No fim do mês passado, mais de 200.000 “naujan”, ou trabalhadores da navegação fluvial, com o apoio da Federação Bangladesh Noujan Shramik (BNSF), afiliada da ITF, conseguiram grandes progressos em suas vidas profissionais após uma greve de três dias contra a Associação dos Proprietários de Navios Cargueiros de Bangladesh.
Entre os ganhos, os empregadores aceitaram a discussão de longa data dos trabalhadores marítimos sobre o pagamento de ajuda de custo para alimentação dos tripulantes a bordo de embarcações de navegação fluvial.
Ashiqul Alam Chowdhury, secretário-geral do BNSF disse, “isso se tornou uma questão sensível para nós, e estávamos só pedindo o que está escrito na MLC com relação a ajuda de custos para alimentação dos tripulantes a bordo de embarcações de carga”.
![](/sites/default/files/inline-images/received_367597994312046.jpeg)
A Convenção do Trabalho Marítimo requer que os empregadores forneçam alimentação e água potável de boa qualidade para os trabalhadores em navios. Embarcações maiores normalmente têm um cozinheiro qualificado a bordo, mas se a embarcação for pequena e não tiver um cozinheiro e uma cozinha, os empregadores poderiam cumprir com suas obrigações fornecendo uma ajuda de custo suficiente.
Como parte da resolução da disputa, a associação dos proprietários das embarcações aceitou um estatuto com 11 pontos criado pelos trabalhadores. O estatuto faz pressão para:
- Fornecer cartas de indicação para os trabalhadores;
- Emitir carteiras de identidade e livros de serviço;
- Garantir a segurança social dos trabalhadores;
- Pagar ajuda de custo para alimentação;
- Impedir extorsão e roubos em embarcações;
- A formalização do emprego para os trabalhadores;
- A implementação da escala de pagamento de 2016.
![](/sites/default/files/inline-images/received_717062999222112.jpeg)
Chowdhury disse que os empregadores já tinham prometido providências em relação às exigências do estatuto, incluindo as ajudas de custo. Em novembro do ano passado, a ação industrial organizada pelo sindicato só foi suspensa depois que os proprietários deram “garantias”.
“Eles não cumpriram a promessa”, disse Chowdhury. “Mas, desta vez as coisas são diferentes.”
Ele disse que o motivo, em parte, é que a última ação industrial paralisou a rede de carga dos proprietários.
A Associação dos Proprietários de Navios Cargueiros de Bangladesh opera 5.000 navios de carga ao longo de um sistema fluvial pelo qual é levada e trazida carga de 50 navios-mãe próximo ao mar (nos portos de Chattogram e Mongla), através de hidrovias interiores até portos em rios e terminais rio acima.
![](/sites/default/files/inline-images/received_361990318245929.jpeg)
![](/sites/default/files/inline-images/received_1499174760276762.jpeg)
“O sistema foi totalmente paralisado devido à greve no final de outubro, e foi isso que fez com que eles levassem os trabalhadores marítimos a sério”, disse Chowdhury.
“Realizamos uma reunião entre os empregadores e representantes sindicais na presença do Ministro do Trabalho e Emprego em 23 de outubro. Nós concordamos que, a partir de outubro, trabalhadores em embarcações de vários tamanhos passarão a receber ajuda de custo para alimentação”, disse Chowdhury.
Fotos: Bangladesh Noujan Shramik Federation (BNSF), 2020 Ⓒ