A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) uniu-se a outros sindicatos e grupos internacionais para pedir o fim imediato da violência mortal na Palestina, e o tratamento justo dos trabalhadores em transportes palestinos que, devido ao conflito, estão enfrentando dificuldades para entregar mercadorias essenciais para a sociedade palestina.
Uma reunião nos dias 2 e 3 de maio de 2023 entre líderes globais e jovens trabalhadores da ITF e da Federação Geral Sindical da Palestina (PGFTU) não pôde ser realizada na Palestina devido ao aumento da violência. Em vez disso, os representantes sindicais reuniram-se em Aman, Jordânia, e discutiram o agravamento da situação para os trabalhadores em transportes palestinos. Foi definido um plano conjunto para defender e fortalecer os direitos, a segurança e o bem-estar de seus membros.
“Pedimos paz neste conflito e a desaceleração da espiral descendente implacável de violência”, disse Paddy Crumlin, presidente da ITF. “Até que haja um cessar fogo, ninguém está seguro, sobretudo os trabalhadores em transportes, que enfrentam violência e discriminação simplesmente por tentar manter o transporte funcionando. Reivindicamos igualdade de tratamento para que os motoristas palestinos possam cruzar pontos de controle livremente para realizar seu trabalho.”
Prioridades definidas no workshop
Na reunião, os trabalhadores palestinos explicaram o impacto dos pontos de controle e do aumento da violência. Está afetando direitos fundamentais como ganhar salário decente em condições razoáveis. A saúde e a segurança foram, obviamente, as mais prejudicadas, mas até mesmo seus direitos básicos estão sendo ameaçados.
Membros do Comitê dos Jovens Trabalhadores em Transportes da ITF realizaram um workshop com representantes da PGFTU, que analisou as prioridades para aumentar o poder dos trabalhadores em transportes. Eles também discutiram projetos para apoiar a organização e campanhas em campo. A importância de proteção social universal para os trabalhadores em transportes foi identificada como principal foco do trabalho da ITF na Palestina no decorrer dos próximos anos.
Os participantes ouviram como os projetos da ITF na Palestina já melhoraram a justiça para os trabalhadores em transportes e fortaleceram seus direitos. A ITF continua a trabalhar com a PGFTU para fornecer recursos para os caminhoneiros que usam terminais back-to-back nos pontos de controle. Juntas, as duas instituições se comprometeram a fazer campanha pelo melhor tratamento dos motoristas palestinos nos pontos de controle e reivindicam que motoristas de ambos os lados sejam tratados com igualdade.
Planos dos sindicatos para solidariedade palestina
No plano compartilhado, a ITF comprometeu-se a:
- Liderar projetos para aumentar o poder dos sindicatos de transporte para fazerem campanhas pelos direitos dos trabalhadores na Palestina.
- Liderar a campanha por saúde e segurança do trabalho – incluindo pela eliminação da violência e assédio no mundo do trabalho – e proteção social universal para todos os trabalhadores em transportes na Palestina e para a população palestina em geral.
- Continuar a apoiar e fortalecer o apoio à PGFTU e sua campanha por igualdade de tratamento e igualdade de direitos de trânsito para os trabalhadores em transportes palestinos
- Manter um fundo de solidariedade para dar apoio aos trabalhadores em transportes na Palestina.
- Realizar pesquisas sobre empreendimentos multinacionais que operam nos assentamentos ilegais para influenciar e estimular a ação.
- Aumentar a solidariedade entre os trabalhadores em transportes em Israel e na Palestina, aumentar a pressão sobre as autoridades e empregadores israelenses para que respeitem igualmente a dignidade e os direitos de todos os trabalhadores em transportes.
“Tenho orgulho do trabalho que fazemos nesta região, em circunstâncias quase impossíveis”, disse Stephen Cotton, secretário-geral da ITF. “Todos os componentes básicos já existem para que os sindicatos de trabalhadores em transportes desempenhem seu papel fundamental de criar uma sociedade próspera que possa viver em paz. Agora, precisamos ver um maior compromisso de trabalho conjunto para o bem de todos na Palestina e em Israel.”