A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) condena veementemente a tentativa do presidente Yoon Suk Yeol de impor ilegalmente a lei marcial na Coreia do Sul. Os 16,5 milhões de trabalhadores em transportes da ITF posicionam-se em solidariedade inabalável com os trabalhadores coreanos em sua luta contínua para defender a democracia.
O mundo ficou surpreso quando o presidente Yoon Suk Yeol impôs ilegalmente a lei marcial na terça-feira. Usando palavras que lembram as ditaduras militares da década de 1980, Yoon justificou a medida como necessária para "erradicar as forças pró-Coreia do Norte e manter a ordem constitucional".
A medida não atendia aos critérios exigidos pela Constituição em seu artigo 77, ou seja, a existência de um estado de guerra ou de uma emergência nacional semelhante. Portanto, foi revogada.
"A repressão antidemocrática do presidente Yoon é uma violação descarada dos direitos humanos e princípios democráticos internacionais", disse o presidente da ITF, Paddy Crumlin. "Derrubar o direito de greve dos trabalhadores, proibir atividades políticas e silenciar protestos são táticas de regimes autoritários, não de líderes democráticos. Essas ações são simplesmente um ataque às liberdades fundamentais dos trabalhadores coreanos."
A Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU) está pedindo a renúncia de Yoon Suk Yeol, realizando greves e protestos para exigir a proteção da democracia. Os partidos de oposição sul-coreanos apresentaram um pedido de impeachment contra o presidente Yoon em função da malfadada declaração de lei marcial.
Paddy Crumlin, presidente da ITF, disse: "A ITF tem muito orgulho de estar hoje ao lado dos sindicatos da Coreia do Sul, que estão assumindo uma posição forte contra o militarismo e em defesa de seus direitos. Internacionalmente, os sindicatos estão unidos hoje e todos os dias para dizer: 'Não nos rendamos aos déspotas. Vitória aos trabalhadores coreanos.’”
O secretário-geral da ITF, Stephen Cotton, afirmou: "A ITF condena inequivocamente esse ataque à democracia por parte do presidente Yoon Suk Yeol. Ao longo da história, os sindicatos têm sido a voz dos trabalhadores, exigindo respeito aos seus direitos e lutando contra as tentativas de silenciar a sua voz. Os trabalhadores da Coreia do Sul estão dando continuidade a essa tradição neste momento, lutando para defender os direitos humanos e opondo-se a leis marciais ilegais."
Filiados à ITF, o Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários Coreanos-KPTU e o Sindicato da Corporação de Transporte Público de Seul-KPTU têm greve marcada para 5 de dezembro. O objetivo é protestar contra locais de trabalho perigosos e desiguais. O KPTU e seus filiados do setor de transportes declararam a intenção de manter sua ação coletiva junto com outros sindicatos até que Yoon deixe o cargo.
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