Ainda esperamos pelo resultado das investigações, mas parece que a jovem marítima ucraniana tirou a própria vida no porto de Rotterdam enquanto aguardava repatriação. Atualmente, estamos buscando mais informações sobre as circunstâncias da morte do homem a bordo do navio Mariner of the Seas.
O Regal Princess chegou em Rotterdam no dia 6 de maio para a fase final do processo de repatriação, e os marítimos a bordo, incluindo a mulher falecida, deveriam voltar para casa em um voo charter na sexta-feira, 8 de maio, mas o voo foi cancelado. Os membros da tripulação foram informados que o próximo voo disponível seria no dia 12 de maio, mas, tragicamente, a mulher pulou do navio e morreu após seu voo para casa ser cancelado.
Devido à escassez de voos aéreos internacionais e às restrições dos governos, e aos portos, que estão impondo mais restrições aos marítimos que trabalham em cruzeiros, está muito difícil levar os marítimos para casa e milhares de trabalhadores em navios de cruzeiro têm sido forçados a permanecer a bordo.
“O estresse associado ao isolamento social pode ser difícil para os marítimos, mesmo em circunstâncias normais, mas o que temos visto durante a pandemia de Covid-19 são as trágicas consequências do alto nível de estresse e incerteza sobre a saúde mental dos marítimos,” disse David Heindel, presidente da seção dos marítimos da ITF.
“Os marítimos estão sendo penalizados pelas rigorosas restrições impostas pelos governos para conter a propagação do vírus, apesar de não haver justificativa ou prova científica de que os marítimos em embarcações de cruzeiro representem um risco maior do que outras categorias de trabalhadores ou membros da população,” acrescentou ele.
Aproximadamente 150.000 marítimos estão atualmente esperando para desembarcar ou embarcar em navios, com dezenas de milhares, neste momento, presos a bordo de navios em todo o mundo, devido à imposição persistente de restrições de viagem.
Os sindicatos de marítimos estão exigindo dos governos a mesma resposta que facilitou, em questão de semanas, a repatriação de dezenas de milhares de passageiros de navios de cruzeiros ao redor do mundo.
“É hora dos tripulantes serem tratados com a mesma humanidade com que foram tratados os passageiros. Ainda na semana passada, a ITF e seus parceiros sociais alertaram que impossibilidade das trocas coloca em risco o bem-estar dos marítimos, a segurança marítima, assim como as cadeias de suprimentos das quais o mundo depende. Chegou a hora desses marítimos irem para casa antes que mais pessoas percam a vida,” disse Heindel.
Quatro tripulantes supostamente se suicidaram em menos de duas semanas. Em 9 de maio, um membro húngaro da equipe do Carnival morreu a bordo do Carnival Breeze, sendo encontrado morto em sua cabine por seus companheiros tripulantes. Em 30 de abril, um membro polonês da tripulação do Royal Caribbean, a bordo do Jewel of the Seas, pulou no mar.
“Em nome da saúde e bem-estar mental dos marítimos, agora é fundamental que os governos e estados da bandeira redobrem os esforços para facilitar o retorno para casa de todos os marítimos que estão carregando um fardo terrível neste momento. Não dão o devido valor ao serviço que prestamos à economia global,” disse Heindel.
A ITF expressa seu pesar pela morte de mais dois trabalhadores de navios de cruzeiro, enquanto os marítimos continuam presos no exterior
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