Sindicatos globais de transportes renovaram hoje seu apoio aos líderes do Sindicato dos Trabalhadores da Ferrovia Estatal da Tailândia (SRUT) após a interposição de um novo recurso à Vara Criminal Central para Casos de Corrupção e Improbidade da Tailândia a fim de recorrer das sentenças de prisão e multas punitivas aplicadas pelas autoridades tailandesas.
O Comitê Executivo da ITF aprovou hoje uma resolução firmando um compromisso de solidariedade aos 13 sindicalistas do SRUT em sua luta por justiça depois de serem perseguidos sem piedade pela Ferrovia Estatal da Tailândia (SRT) por meio do sistema judiciário tailandês por realizarem uma campanha nacional de segurança ferroviária após o fatal descarrilhamento de um trem em outubro de 2009 na estação de Khao Tao.
David Gobé, presidente da Seção dos Ferroviários da ITF, fez um apelo aos sindicatos de transportes para que apoiem a campanha de solidariedade global e lutem por justiça para os 13 sindicalistas do SRUT.
“Os 13 sindicalistas do SRUT foram perseguidos por protegerem a vida das pessoas depois de um descarrilamento que deixou 7 passageiros mortos e muitos feridos. Como já dissemos e continuaremos dizendo, até que esta injustiça, humilhação e ataque descarado parem, as iniciativas para proteger vidas e tornar as ferrovias mais seguras para passageiros e trabalhadores deveriam ser aplaudidas, não processadas”, afirma Gobé.
“Hoje, sindicatos de transportes do mundo todo prometeram demonstrar sua força, tenacidade e solidariedade inabalável até que a liberdade dos 13 sindicalistas do SRUT seja devolvida, prometendo defender-se de qualquer ataque aos direitos fundamentais dos trabalhadores a um local de trabalho seguro e à liberdade sindical”, acrescenta Gobé.
Os líderes do SRUT se tornaram bodes expiatórios por um acidente que tanto a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Tailândia como uma investigação interna para levantamento dos fatos concluíram que foi causado principalmente pela falta de manutenção e condições inadequadas da locomotiva. Em 2013, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) considerou que a ação realizada pelos líderes do SRUT foi um protesto trabalhista e, portanto, protegido pelos princípios da liberdade sindical. A OIT também declarou categoricamente que alegações de conduta criminosa não deveriam ser usadas para assediar sindicalistas em razão de suas atividades sindicais e que sentenças impostas a representantes de trabalhadores por atividades relacionadas à defesa dos interesses daqueles que representam constituem uma ameaça ao livre exercício dos direitos sindicais.
Apesar da ampla condenação internacional, as sentenças de 3 anos de prisão proferidas em outubro de 2020, bem como as multas punitivas descontadas do salário mensal de sete líderes do SRUT desde novembro de 2018, ainda pairam sobre a cabeça dos ativistas sindicais.