Todos os anos, milhares de trabalhadores do setor de transportes são mortos no exercício de suas funções. Outros milhões sofrem lesões e doenças, que poderiam ser evitadas, devido a condições de trabalho perigosas.
No Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, homenageamos a memória dessas pessoas e reafirmamos nosso compromisso de lutar pelos vivos.
Da aviação à pesca, das ferrovias às ruas, dos portos aos mares, os trabalhadores continuam pagando o preço de operar em um setor de transportes muitas vezes movido pelo lucro, e não pela segurança. E em todos os cantos do setor os sindicatos da ITF estão exigindo mudanças.
Um movimento sindical baseado na segurança
Proteger vidas e exigir ambientes de trabalho seguros e saudáveis sempre esteve - e sempre estará - no centro do movimento sindical. Na ITF, acreditamos que nenhum trabalho vale uma vida.
No Congresso da ITF de 2024, os filiados aprovaram por unanimidade uma moção que deixa claro: todo trabalhador em transportes tem o direito fundamental a um ambiente de trabalho seguro e saudável. Isso significa um ambiente protegido contra os perigos que causam estresse, fadiga, lesões, doenças ou morte.
A segurança não é opcional, é um direito
Todo trabalhador em transportes tem o direito de voltar para casa em segurança. Porém, em todos os nossos setores, empregadores e governos ainda estão deixando de levar esse direito a sério. Estamos levantando nossa voz para dizer: basta!
Estamos convocando os governos a ratificar e aplicar as normas internacionais de segurança, incluindo:
- C152 da OIT (Trabalho portuário)
- C155 da OIT (Saúde e segurança do trabalho)
- C161 da OIT (Serviços de saúde do trabalho)
- C187 da OIT (Quadro promocional)
- C188 da OIT (Trabalho na pesca)
- C190 da OIT (violência e assédio)
Essas não são apenas convenções. São proteções que salvam vidas e que todo trabalhador merece.
O que estamos exigindo dos empregadores
Os empregadores devem assumir a responsabilidade pela segurança dos trabalhadores - em todos os setores de transporte, em todas as fronteiras e em todos os turnos.
Estamos exigindo ação imediata:
- Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os trabalhadores em transportes - sejam eles empregados diretos, terceirizados ou trabalhadores informais nas cadeias de suprimentos globais.
- Trabalhar com os sindicatos: as políticas de segurança devem ser elaboradas por meio de negociações com os trabalhadores e seus representantes.
- Tornar a segurança inclusiva: o que significa adotar uma abordagem sensível ao gênero, que proteja não apenas a segurança física, mas também a saúde mental, o bem-estar e a proteção contra violência e assédio.
- Investir em segurança: os empregadores devem fornecer recursos adequados para implementar medidas de segurança e garantir que todos os trabalhadores - incluindo aprendizes, cadetes e estagiários - tenham acesso igualitário a treinamento de alta qualidade em SST.
- Enfrentar todo o espectro de riscos, inclusive aqueles relacionados às mudanças climáticas, ao transporte transfronteiriço e à introdução de novas tecnologias.
- Reconhecer o deslocamento de e para o trabalho como parte do trabalho: o transporte seguro de ida e volta para o trabalho é uma questão do local de trabalho, e os empregadores devem estender seu dever de cuidado para além do local de trabalho.
Chega de negligência. Chega de exploração. Chega de silêncio.
A segurança e a saúde do trabalho são um direito fundamental, e continuaremos lutando até que todo trabalhador, em cada canto do setor de transporte, esteja seguro.