Foi com imenso pesar e revolta que a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) tomou conhecimento do assassinato brutal de nosso companheiro e irmão Konan Kouassi Bruno, secretário-geral adjunto do Collectif National des Dockers et Dockers Transit pour la Défense de Leurs Droits (CNDD): um afiliado chave da Seção dos Portuários da ITF na Costa do Marfim.
Sabemos que há uma investigação em curso, mas os primeiros indícios de que ele tenha sido assassinado são muito preocupantes.
Sem hesitação, a Seção dos Portuários da ITF oferece sua total e incondicional solidariedade ao sindicato do irmão Konan Kouassi Bruno e suas mais sinceras condolências à família e entes queridos.
O irmão Konan Kouassi Bruno foi um sindicalista inspirador e um verdadeiro internacionalista. Parece que foi ontem que ele estava reunindo afiliados e causando um impacto real no Congresso da ITF de 2018 em Cingapura. Ainda no mês passado ele estava fazendo planos para os trabalhadores em transportes na reunião local do Comitê de Coordenação Nacional (NCC).
Um companheiro muito comprometido, leal e devotado que foi muito admirado por todos que trabalharam com ele. A família dos Portuários da ITF alcança países, regiões e continentes com um entendimento implícito: tocou em um, tocou em todos. Estamos todos tocados por este ato bárbaro.
É inaceitável para a comunidade internacional de portuários que sindicalistas, portuários e trabalhadores em transportes em geral ainda não estejam a salvo de ameaças e intimidações e estejam sujeitos a crimes violentos e assassinatos.
O Ministério dos Transportes e o governo da Costa do Marfim precisam urgentemente corrigir esta situação perigosa. Assim que comprovarmos todos os fatos e discutirmos isso extensivamente com nossos companheiros na região, iremos considerar um pedido de intervenção urgente do DG da OIT e/ou do Relator especial sobre execuções extrajudiciais da ONU. Além disso, a ITF ajudará como puder para garantir justiça e um ambiente de trabalho seguro para nossas irmãs e irmãos na região.
Clamamos à Costa do Marfim e às autoridades judiciárias que conduzam as investigações necessárias para averiguar os fatos e processar os responsáveis com toda a força da lei.
A Seção dos Portuários pede a seus companheiros na região que transmitam nossas sinceras condolências e respeitos à família do irmão Konan Kouassi Bruno. Entendemos o desgosto e o pesar que isso deve ter causado, embora estejamos determinados que sua morte não terá sido em vão.
Assim, precisa ser reconhecido que mesmo diante de ameaças graves, intimidação e assassinatos, nós continuaremos comprometidos com a luta por direitos sindicais básicos: liberdade de associação, direito de negociação coletiva e direito de greve. Garantir a proteção desses direitos humanos é o que nos define. Ninguém deveria ser atacado por suas atividades sindicais, seja por governos, empregadores ou interesses criminosos.
“É com angústia e pesar que soubemos da morte de nosso irmão e companheiro Konan Kouassi Bruno. Um ato covarde contra um homem cujo trabalho de uma vida foi dedicado a lutar pelos direitos dos trabalhadores portuários e marítimos. Ele era um internacionalista comprometido e um verdadeiro amigo da ITF. Ele fez a diferença. Ele defendeu aquilo em que acreditava: a construção da força coletiva dos portuários através de debate democrático e trabalho árduo. Suas conquistas foram muitas e permanecerão ao longo do tempo. Os meus sinceros pêsames à sua família, amigos e entes queridos”, disse o presidente da ITF e da Seção de Portuários, Paddy Crumlin.
Stephen Cotton, secretário-geral da ITF, deixou claro que o incrível trabalho realizado pelo irmão Konan Kouassi Bruno trará imensos benefícios para as futuras gerações de portuários.
“Em nome da ITF, ofereço nossos pêsames e os sentimentos de toda a família ITF nesta hora triste. Além de ser um homem de princípios, ele era talentoso, trabalhador e uma inspiração para aqueles que o conheceram – este legado sobreviverá. Continuar seu trabalho de proteger e promover a vida, os direitos e o futuro dos portuários na Costa do Marfim e além, é exatamente o que ele gostaria”, disse Cotton.